Conceito de Psicologia

Agustina Repetto | Janeiro 2023
Licenciada em Psicologia

Psicologia é a ciência que analisa o comportamento individual e/ou coletivo. E dividida em diversas subáreas tais como: Psicologia analítica: estudo e pesquisa; Psicologia animal: em sua relação com o ambiente, reações e manejo; Psicologia cognitiva: mente humana; Psicologia Racional: pensamento humano; Psicologia social: aspectos sociais e culturais.
É também uma área de atuação profissional interdisciplinar na avaliação e tratamento de distúrbios relacionados à mente como, por exemplo, o processo de cuidado e acompanhamento de um paciente deprimido.

Dentro da Psicologia coexistem diferentes formas de entendê-la. Por exemplo, há quem a conceba como a ciência que estuda o comportamento e há quem a entenda como o estudo dos processos inconscientes. Se revisarmos sua história, podemos vê-la como uma trajetória de divergências e disputas que se expressam tanto na impossibilidade de se chegar a um acordo sobre um marco fundacional que explica sua origem quanto na dificuldade de definir seu objeto de estudo e os métodos para abordá-lo.

Da forma mais geral possível, podemos entendê-la como uma disciplina na qual convergem diferentes ideias sistematizadas em teorias sobre a natureza da mente. Além disso, podemos entendê-la como o estudo e compreensão dos processos cognitivos mais básicos (atenção, percepção e memória), das capacidades mais complexas (aprendizado, motivação, etc.) e dos processos afetivos e manifestações comportamentais do ser humano que se expressam tanto individual quanto socialmente. Assim, os diferentes sistemas psicológicos estudarão algum aspecto com maior profundidade do que outro. Em compensação, se quiséssemos propor uma definição pragmática de psicologia, teríamos que defini-la a partir do que fazem os psicólogos como um grupo de profissionais (clínicos, jurídicos, educacionais, comunitários, pesquisadores, etc.).

Nascimento policêntrico da Psicologia

Logo no início da disciplina se instala o problema de sua origem. Historiadores da psicologia como Kurt Danziger identificam pelo menos três territórios onde podem ser localizados indícios dos primórdios da disciplina. A que surgiu em solo alemão, a desenvolvida em território francês e a proveniente da América do Norte. O referido historiador se posiciona a partir de uma sociologia do conhecimento e da história crítica e reconhece como o nascimento da psicologia a que se desenvolveu no contexto norte-americano.

A tradição positivista localiza a origem da psicologia na Alemanha com a figura de Wilhelm Wundt, considerado o pai da psicologia experimental por criar o primeiro laboratório de psicologia experimental, na Universidade de Leipzig. Nas investigações integrou seus conhecimentos do campo da fisiologia ao da filosofia. Para ele, o objeto de estudo da psicologia é o mesmo das ciências naturais: os fenômenos da experiência imediata e consciente. Sua pesquisa se concentrou no estudo de processos elementares (básicos) através do método experimental baseado em observações introspectivas, sendo o seu foco entender como as sensações eram combinadas em percepções.

A psicologia nascida em solo francês tem seus interesses centrados nos problemas clínicos e psicopatológicos. Aqui autores como Charcot, Bernheim, Ribot e Freud fazem suas principais contribuições.

Para muitos outros historiadores, como Danzinger, a invenção da psicologia como disciplina autônoma teve origem em solo norte-americano. Há o início da profissionalização da psicologia, ou seja, a invenção do papel do psicólogo e o processo de criação de instituições de formação acadêmica e de associação dos psicólogos em sindicatos profissionais. Nesse sentido, Stanley Hall pode ser identificado como uma figura paradigmática que simboliza um marco de origem, pois foi ele quem obteve o primeiro título de doutor em psicologia e por sua vez criou a primeira associação profissional de psicólogos. A psicologia norte-americana desenvolveu principalmente uma psicologia do comportamento cuja principal preocupação era a adaptação do indivíduo ao meio ambiente.

Psicologia baseada em evidências

Desde a década de 1970, dentro do campo dos profissionais e pesquisadores da psicologia, vem ganhando espaço uma tendência interessante que visa distinguir a psicologia baseada em evidências (PBE) de uma psicologia que não se baseia no método científico, mas que tem uma longa tradição na comunidade acadêmica e profissional de algumas regiões. Esta última tem suas raízes em marcos teóricos primariamente psicodinâmicos, como a psicanálise e, secundariamente, em modelos sistêmicos, gestálticos ou transacionais, entre outros.

Dentro da PBE existe uma multiplicidade de desenvolvimentos teóricos como, por exemplo, alguns cognitivos e comportamentais, que têm em comum o mesmo modelo metodológico que lhes dá legitimidade. Sua intenção é melhorar a qualidade das abordagens psicológicas e intervenções psicoterapêuticas baseadas na aplicação nos diferentes campos da psicologia (clínica, comunitária, educacional, jurídica, etc.) de modelos e instrumentos válidos e confiáveis, baseados em pesquisas sistemáticas respaldadas empiricamente, que possuem estudos comprovados quanto à sua eficácia, efetividade e eficiência. Em outras palavras, o objetivo é usar o melhor tratamento disponível para resolver um problema específico.

Para quem pratica a psicologia em geral, assumir essa perspectiva implica usar apenas técnicas, instrumentos e tratamentos atualizados que têm mostrado, sob padrões rigorosos, os melhores resultados. Em especial, para aqueles que exercem a psicoterapia, implica recorrer apenas a tratamentos baseados em pesquisas científicas que tenham demonstrado a sua eficácia na resolução do problema particular de quem consulta, tendo em conta as características do paciente e o seu contexto. Por exemplo, pelas razões indicadas acima, o uso de programas cognitivo-comportamentais para o tratamento de pessoas com problemas de consumo de substâncias.

Artigo de: Agustina Repetto. Graduada em Psicologia, pela Universidade Nacional de Mar del Plata. Atualmente é pós-graduanda em Sexualidade Humana: sexologia clínica e educacional a partir da Perspectiva de Gênero e Direitos Humanos.

Referencia autoral (APA): Repetto, A.. (Janeiro 2023). Conceito de Psicologia. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/psicologia/. São Paulo, Brasil.

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