Conceito de Alegria

Renata González | Janeiro 2023
Professora de Psicologia

Alegria é uma emoção ou sentimento breve e agradável que geralmente aparece como uma reação a uma boa notícia, uma conquista, uma piada espirituosa ou um momento prazeroso. Podemos apreciá-lo em uma pessoa quando ela está de bom humor, sorrindo, brilhando. Estar alegre é sinônimo de sentir-se feliz ou satisfeito e o oposto de estar triste, embora ambas sejam emoções totalmente saudáveis ​​-dependendo das circunstâncias-.

Felicidade e alegria

Embora muitas vezes essas duas nominações sejam confundidas como equivalentes, na realidade, a alegria é fugaz ou passageira, comparada à felicidade, que é mais duradoura. A alegria é uma emoção -estamos alegres-, enquanto a felicidade é um estado -estamos felizes-.

Em relação à felicidade, posso dizer, por exemplo: “Sou feliz, pois tenho um trabalho que me faz sentir realizado”, “Consegui a felicidade constituindo família”, “Desde que adotei um cachorro estou muito feliz e já não me sinto sozinha”. Em contraste, sobre a alegria, você poderia expressar: “Quando passo no exame, fico alegre”, “Hoje é um dia alegre, porque estou comemorando”, “Um bom café da manhã me deixa contente”.

Personalidades que transmitem alegria

Assim como existem pessoas que nos fazem sentir tristes ou negativos, zangados, frustrados, etc., certas pessoas nos dão prazer com sua companhia, nos fazem relaxar, desfrutar. Com sua própria alegria, eles nos contagiam, transformando a vida em algo mais agradável, fazendo-nos esquecer momentaneamente nossos problemas.

São personalidades positivas, que veem o copo meio cheio; alguns são naturalmente despreocupados ou amigáveis, enquanto outros escolhem conscientemente esse estilo de vida, em prol do seu bem-estar e/ou dos outros.

Por exemplo: “Serena é a alma da festa”, “Cielo sempre tem uma expressão calorosa e alegre”, “Horácio é um homem tão legal que faz você começar o dia com um sorriso”, “Daniel sempre vê o lado bom de à situação”.

Não ser guiado pela alegria do momento

Embora para fugir da rotina possamos nos relacionar com pessoas que transmitem alegria, além do compromisso, ao escolher ou construir nosso círculo de confiança, formado por amigos, familiares e/ou casais, é importante considerar que eles nos tornam felizes, ou seja, nos fazem bem a longo prazo, além da alegria do momento.

Esse círculo íntimo pode ser formado por pessoas felizes ou não, mas o fundamental está na responsabilidade afetiva, no cuidado mútuo.

O essencial é poder contar com quem faz parte de nossas vidas, tanto nas comemorações quanto nos momentos difíceis. Isso nos dá a segurança necessária para fazer planos com essas pessoas (que terão momentos alegres, tristes, raivosos, etc.) e ter um vínculo forte e de confiança.

Por outro lado, nos projetos e objetivos pessoais também é importante não nos guiarmos apenas pela alegria e, ao contrário, refletirmos sobre nossa satisfação com o lugar que ocupamos. Isso tem a ver com apreciar as coisas de uma forma mais complexa, embora haja momentos felizes ou tristes ao longo do caminho.

Por exemplo: “Embora Júlia reclame muito, ela está sempre presente quando preciso dela”, “Valéria me faz feliz, ela é minha companhia nos bons e maus momentos”, “Consegui um bom emprego e estou muito feliz”, “Paulina Ele só aparece quando é hora de se divertir, mas não me afeta porque não somos tão próximos”, “Marcela é muito alegre, nos encontramos em todas as festas e adoramos sair” , “Emma é muito alegre e comprometida”.

Vamos normalizar a alegria e a tristeza

Atualmente o imperativo social, ou seja, o ideal que circula implicitamente na cultura ocidental, através dos media, exige que sejamos permanentemente felizes.

Como devemos realizar isso? Através do consumo -é aí que reside o objetivo oculto do capitalismo-: temos que ser felizes o tempo todo, gastando dinheiro e, como é uma emoção passageira, sempre caímos na armadilha da satisfação a curto prazo.

Consumo de quê? Desde viagens, comidas e/ou bebidas caras, festas divertidas e/ou elegantes, perfumes e roupas de marcas conhecidas, joias e detalhes de luxo, entre outros exemplos. A ideia é mostrar que temos algo exclusivo ou algo que o outro deseja; o que, paradoxalmente, nos faz entrar no jogo de querer mesmo assim, de nos incluirmos no imperativo social.

Qual é o papel das redes sociais? Mostrar que nos divertimos e gastamos dinheiro, porque esse é o jeito, hoje em dia, de “fazer um vínculo”, de se relacionar com os outros.

Porém, a Psicanálise nos revela que a alegria é uma emoção a mais entre outras e que todas são saudáveis ​​e esperadas; que ser feliz, sempre, é uma ilusão impossível, já que a vida nos apresenta diferentes cenários aos quais reagimos. Por exemplo: duelos são momentos de grande sofrimento mental, onde o natural é ficar triste, sendo saudável aceitar e passar pela dor.

Artigo de: Renata González. Professora de Psicologia

Referencia autoral (APA): González, R.. (Janeiro 2023). Conceito de Alegria. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/alegria/. São Paulo, Brasil.

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